sexta-feira, 14 de agosto de 2015

P.170 - O Bando e a operação P'ros lados de Recarei

Pede o Exmº Senhor Presidente ao escrivão Secretário General que antes da acta - verdadeiramente dita ata - explique com todas as letras que se usam no alfabeto desde D. Afonso Henriques, o seguinte:
A essência dos Bandalhos não são os copos e os comes, embora tudo tenha começado à mesa do Café Progresso com a intenção de reencontrar velhos camaradas que tenham feito o mesmo trajecto militar. As novas tecnologias, (incluindo o Blogue criado pelo Luís Graça - http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/ - ajudaram a localizar alguns de nós e até à sua presença assídua mensalmente à mesa do Progresso foi um instante.
Aos poucos fomos encontrando camaradas espalhados pelo País e de outros cantos do Mundo, incluindo quem em outras épocas trilharam os mesmos caminhos.  São os Bandalhos correspondentes que de vez em quando aparecem e é um prazer conversarmos recordando os nossos momentos.
A vida continua e resolvemos estender os nossos convívios mensais em viagens de reconhecimento / conhecimento pelo País. E não só. Por norma e porque assim mandam os estatutos serão sempre à segunda quarta-feira de cada mês, mas também já tivemos excepções. E se possível utilizando o comboio e o desconto de mais ou menos 50% que a nossa classe etária tem por regalia.
Em chegando a época mais tristonha, regressaremos às tardes do Café Progresso.

Posto isto, vamos à ordem de trabalhos previamente definida.

Por convite do Ricardo Figueiredo, deslocámos-nos às terras de Recarei - Aguiar de Sousa para conhecer e reconhecer:
1. Senhora do Salto.
2. O Cansado.
3. O local do futuro Museu Escola dos ex-Combatentes.

A aproximação à Estação de Paredes-Sobreira foi feita no Flecha da C.P. e também pelos meios próprios do Zé Manel Cancela, do Fernando Súcio, do Mano Novo Carvalho - que foi primeiro à missa pelo sim pelo não, tipo D. Nun'Álvares Pereira - e do Zé Catió. O comando operacional esteve a cargo do Ricardo Figueiredo.
Pontualmente, o grupo Bandalho da Zona do Porto e arredores concentrou-se de armas e bagagens em S. Bento. Não fomos cumprimentar o Egas porque estava de férias.
Pontual como sempre, O Flecha deixou o Bando em Recarei. Na acta registe-se que o Vasquinho das Águas quis sobrevoar a linha férrea para se encontrar  com os Bandalhos da outra banda. Custou a demovê-lo da ideia
Um susto quando aparece na outra Banda um quarteto incluindo as saias do Beirão-Alentejano-Algarvio de Lamego. É que os estatutos não permitem saias.
O Carvalho Mano Novo e o Cancela estavam presentes-ausentes, razão pela qual não lhes foram registados o momento do encontro. O Senhor Presidente pede que os Bandalhos assinem a acta confirmando que esses dois juntos são incompatíveis.
Registos da chegada à outra Banda.

No exterior da Estação. Em acta registe-se que um taxista pensou que os 5 da outra Banda estavam a fazer de uberes e a sua cara não era das melhores.
Fica registado na acta propondo-se ao Bando se a foto de nós mesmos deve ser enviada para a SIC destinada ao concurso em aberto no canal do Outro Dono Disto Tudo
Partida dada para a 1ª missão. Não estavam previstas Maravilhas do Inferno, mas fomos de peito aberto.
A Capela da Senhora do Salto onde o Carvalho Mano Novo foi à missa
Registe-se em acta que o Inferno afinal é mesmo uma maravilha.
O Bando no Inferno.

Reunião final pormenorizando o assalto à Senhora do Salto.
Começa a caminhada. Não se registe oficialmente na acta a discussão ente o senhor Presidente e o Quim Silva. Mas que a houve lá isso houve.
Registado em acta que era difícil a progressão.
Progressão lenta mas contínua
Pormenores do Salto, no Rio Sousa
O comando do Súcio merece louvores, diz o Sr. Presidente. Registe-se em acta

Senhora do Salto para conquistar...
 ... apesar dos muitos sacrifícios.
E também de algumas esquisitices que não irão para a acta
No regresso, outros exploradores falando coisas complicadas não quiseram meter conversa. Só não sabemos como iriam sair dali.
Mas o importante foi o plano ser cumprido e passarmos à segunda fase.
Desviando em Alvre, passando pela Ponte Romana...
... sobre o Rio Sousa (um dos que dá de beber ao Porto e arredores ) e por montes e vales numa caminhada extenuante, estamos a caminho d'O Cansado
Que demorou pouco tempo a encontrar.
Um breve descanso. O Senhor Presidente não queria o registo, mas não se pode esconder. O Bando não tem censura sempre.
Conhecendo O Cansado.
Manda o Senhor Presidente para registo em acta: Tinto ou Branco tanto faz desde que seja muito.
Os reconhecimentos fazem-se lentamente
Canja de galinha caseira, com ovos e tudo

Com grande espírito de camaradagem, conseguimos a reconciliação e compatibilidade entre o Carvalho Mano Novo e o Cancela.

 bla bla bla e reconhecimentos mais profundos
Registe-se o Arroz à Cansado.
Dose 1 e 2
Siga para a acta
Mais reconhecimentos
Não há registo fotográfico, mas para que conste, o General-Tesoureiro-Escrivão-Mor- J.Peixoto recolheu de acordo com as NEP's Bandalhas os tesouros de cada um para pagamento do imposto que o governador local Figueiredo determinou que fosse de 11€50 cent. 
O Figueiredo explica-nos o seu plano para o reconhecimento 3.
N'O Cansado até se esquece a acta.
É necessário seguir.
Na acta vai registado que o Zé Ferreira não esqueceu a pica, explicando os pormenores de como detectou no Cantanhês uma mina anti-carro. O secretário general pede que não se registe na acta o seu gosto por água que lhe ficou desde o tempo das Bolanhas. Um segredo que não convém divulgar
 E seguindo tudo a monte calcorreando os montes até ao destino final.
O Zé Ferreira esqueceu que nunca se devem utilizar as bermas se não forem picadas.

bla, bla. bla
Não deve ser registada na acta que houve um desistente.
Mas o objectivo foi cumprido pelo Bando quase inteiro.
 Figueiredo abre ao reconhecimento o futuro Museu


 O regresso
De entre as estórias que fomos contando e ouvindo durante o reconhecimento sobre os velhos tempos, merece destaque a do Vasquinho das Águas (mais uma). Por ele ficamos a saber que foi mercador de pretos. Comprou sem saber a um balanta (que queria que falasse a língua dele já que o Vasquinho falava com os fulas em francês) uma mulher por 1.500 pesos. E logo a seguir a vendeu a um mandinga por 2.000 pesos.
Junto com o negócio das dezenas de caixas de uísque vendidas a um libanês, o Vasquinho aos poucos amealhou um verdadeira fortuna.
Registe-se em acta que o Zé Ferreira tem de passar uns meses a ouvir as muitas estórias do Vasquinho para fazer uma dúzia de contos para o livro das Memórias.
Na foto o Vasquinho das Águas entre o Quim Silva e o J.Peixoto
Missões e Objectivos cumpridos
 E é o regresso às origens.
Cansados e felizes...
... mas há que molhar o bico.
O Flecha levou de regresso o grupo do Porto e arredores. 
Assim foi o Dia do Bando, na quarta-feira 12 de Agosto. Em acta propõem-se um louvor ao Ricardo Figueiredo pelo belo dia que nos proporcionou. E O Cansado recomenda-se pelo descanso que proporciona e as boas comidas que dá a conhecer.

Esperam-se propostas para o reconhecimento de 9 de Setembro.

Depois de lida espera-se votação unânime da acta - ou ata se quiserem.

11 comentários:

  1. GOSTEI,NERRATIVA COMPLETA COMO SEMPRE.ESTA JUVENTUDE É DEMAIS BEM HAJA.CUMPRIMENTOS.

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  2. Ipsis verbis ! Mesmo adormecido , o nosso Secretário General regista com total clarividência a reprodução integral de todo o ocorrido na perigosa missão para que fomos nomeados.Sem feridos nem mortos,apenas com alguns murros no estômago,conseguimos sobreviver às multiplas agressões gastronómicas de que fomos vítimas.Proponho aos Bandalhos que a presente acta seja aprovada por unanimidade e aclamação,sendo dispensada a sua leitura na próxima missão.

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  3. Jorge, meu estimado amigo e querido camarada de arma, meus parabéns por saberes tão bem viver a vida. Porque é muito bom andar com bons camaradas por montes e vales de Portugal, e atacar com denodo bons comes e bebes nessas andanças. Ai Portugal que já lá não vou mais, devido ao meu adiantado estado de velhice explicita. Para ti e para o bando, meus votos de saúde e felicidade e o abraço fraterno do
    Luiz Grijó

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  4. Jorge, meu estimado amigo e querido camarada de arma, meus parabéns por saberes tão bem viver a vida. Porque é muito bom andar com bons camaradas por montes e vales de Portugal, e atacar com denodo bons comes e bebes nessas andanças. Ai Portugal que já lá não vou mais, devido ao meu adiantado estado de velhice explicita. Para ti e para o bando, meus votos de saúde e felicidade e o abraço fraterno do
    Luiz Grijó

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    1. Meu caro amigo Luís e camarada artilheiro.
      Ainda tenho a esperança de o encontrar em Portugal.
      Nunca é tarde. Um abraço fraterno desde cá de longe.

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  5. Na verdade o José Ferreira mandou os "sapateadores" na frente e foi picando atrás. Como estratégea nada mau...É caso para se dizer que a experiência faz a diferença. Cumprimentos.
    José Câmara

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  6. Parabéns Jorge, sem surpresas mais uma bela reportagem.
    Abraço.

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  7. Depois de ter passado na censura e duma revisão devidamente aprovada, (só nós dois é que sabemos... só nós dois e mais ninguém, plim, plim plim...) aqui está na integra a acta do nosso querido repórter e Secretário General, que não ata nem desata com a acta, mas as actas são mesmo assim... e não assim, c'ata... até irra!...

    Resta agradecer ao Jorge Portojo as "aldrabices" que ele aqui inventa e ao Ricardo Figueiredo, pelo excelente dia, "mal passado" comó bife. As verdades são para se dizer... nem que sejam mentira.
    Um abraço
    cumprim/jteix

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  8. Como sempre uma excelente explanação de momentos vividos por amigos que conseguem preservar reencontros felizes de harmonia e amizade.Parabéns ao amigo Jorge Portojo por mais um excelente trabalho!!

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  9. O seu humor, Portojo, a vossa alegria, o vosso apetite...que coisa boa. E como sempre belíssimos registos do vosso passeio.
    Como sempre, obrigada pela partilha.
    Um abraço da
    Cândida

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  10. Muito bem,caro Portojo........Gostei da reportagem,e sobretudo da "peta"de mim com o Carvalho......Boa imaginação..........Um abração e até á próxima..........

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