O Bando andava ansioso por bater as asinhas e voar ao encontro de mais aventuras. Nada como uma imposição democrática à moda antiga e aí vai ele por ruas de Marechais, Condes e Duques a caminho da operação À Descoberta dos Túneis. Tudo começa no ninho do Cifrão e a primeira paragem é programada para o Colégio dos Órfãos.
Progredindo passo a passo, apreciam-se edifícios que marcaram uma época nos inícios do séc. XX.
Discute-se se o telhado foi alterado ao longo dos anos ou se as "trapeiras" são da origem. Quem não conhecer este Bando que o compre.
Paragem obrigatória junto ao Colégio dos Órfãos. Edifício antigo, recuperado nos princípios do séc. XX do velho Seminário da Quinta da Mitra ou do Prado, destruído aquando das Lutas Liberais e do Cerco do Porto para acolher esta instituição, que vem já do séc. XVII. A sua origem está ligada ao que é hoje o edifício da Reitoria da Universidade do Porto. Passou para um outro edifício em Mártires da Liberdade, após o que se fixou definitivamente neste belo e grandioso imóvel. Pelo seu passado ainda lhe chamamos o Seminário. E o Bando recorda tempos em que neste monte (o do Seminário) havia um terrepleno, onde os "mangas" davam uns chutos no campo de futebol improvisado.
De descoberta em descoberta, ficamos a saber que há 200 anos foi por aqui que entrou o exército Anglo-Português para acabar com os restos das tropas de Napoleão. O Bando adora estas coisas da História.





O Bando - pena não estar completo - ficou para a posteridade gravado entre os altos muros daquele morro e com a Capela do Colégio em fundo.
Olhamos com tristeza a velha Ponte D. Maria. Como poderia ser aproveitada pelo menos para o turismo. Este monte está sujo, porcaria por todos os lados. Pena que os olhos camarários não se voltem para ele. Pensa o Bando de que...
Lembrando os túneis e as pontes por cima da linha. Quando passavam os velhos comboios a carvão saía aquela baforada de fumo e ar quente que era um desassossego. E umas faúlhas também.
O Quintino pergunta-me porque gosto de fotografar gatos. Mas se eles se lhe atravessam no caminho... Neste caso foi junto aos lavadouros, com mais de 30 pias de lavar. Muitas delas destruídas.
E os comboios sempre a passar. Quanto tempo por ali ficamos a relembrar a festa que fazíamos na nossa meninisse, quando lá vinha um...
Mas há mais túneis a descobrir. Aliás era o tema da operação para quem já não se lembra. E ali estava meio encoberto um dos da linha da Alfândega. Grande Soares, grande guia desta zona, que palmo a palmo nos "picava" o caminho.
O caminho faz-se caminhando (esta frase é usurpada não sei de quem. Mas como tudo agora são cópias de cópias de cópias, não tem mal nenhum) e aqui estamos nós já em descanso no Largo das Fontainhas, depois de forte dissecação sobre Grafitis e Fontes, Droga e Rendimentos Mínimos, se a Água que cai do morro é pura ou de esgotos, se os carris da Linha da Alfândega já estão na sucata do Face Oculta, enfim, preocupações e dúvidas do Bando.
Mais um túnel redescoberto, este o das Fontainhas, em destaque as altas grades para evitar problemas. Curiosamente, estão branquinhas. Nem tudo é feio nesta zona, descobre o Bando.
Como se vê, os momentos de pausa e que foram muitos serviram para reflectir. E as Pontes D. Maria e S. João, mesmo que não queiram, fazem parte do ambiente.
Tantas ruínas ao longo do morro. Mas o Soares sabe que ali junto à Corticeira, aquela é a da Capela de Santo António e que deu o nome ao Bairro. Que está muito bonito, sem dúvida.
Para descobrirmos mais túneis, era preciso mexer as asinhas até à Ponte do Infante. Nada de voar alto, só uns 50 metros. Mas a luz de Outono desta cidade ímpar deixou a marca no Moreira, no Quintino e no Teixeira. E o Seminário, melhor, o Colégio dos Orfãos bem destacado.
Um olhar sobre algum casario do Passeio das Fontainhas já a pensarmos no S. João.
Mais um olhar, agora sobre a Corticeira, que diz a placa toponímica ser das Carqueijeiras, lembrando quando a descíamos para depois atravessar de caíco o Douro e no Aurélio ou no Borras darmos as nossas braçadas. Ao fim da tarde víamos passar a Badalhoca e ao seu lado as Toninhas brincando. Um prémio a quem acertar no que isto quer dizer.
A tarde foi longa e era preciso meter carburante. Nos Poveiros foi marcada a zona de reabastecimento, mas ainda era preciso subir a Rua das Fontainhas. Que custou e de que maneira. O que não impediu um olhar para a Funerária Nortenha. E das duas uma: Ou o pessoal vai de bicicleta em vez de carreta para o Prado ou o ramo de actividade agora é outro. Ou será que o reclame na janela mantém-se como uma saudade ?













Até quarta-feira, Bandalhos, para a Assembleia Geral Mensal Ordinária, no Progresso.