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sábado, 7 de fevereiro de 2015

P.157 - O Bando em Terras do Barroso - 20-01-2015 ......... nas Festas de S. Sebastião

Editorial
Porque o sítio do Bando é aqui e porque também merecemos e esteve em causa a Bandalheira, "roubei" do blogue "A Vida em Fotos", sem a devida autorização do dono, o nosso Secretário General Portojo e também "redactor chefe" do nosso blogue, "saquei" este post que espero ele não se importe, mas se se importar... olhe!... import/export. Com a autoridade que me é devida, autorizada por mim mesmo, determino e mando... já publiquei!
A Bem da Bandalheira
cumprim/jteix

Quatro dos oito a caminho!... dum dia bem passado.
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208 - O Couto de Dornelas e a Festa de S. Sebastião

O meu amigo e ex-camarada desde os tempos de Vendas Novas e já lá vão mais de 47 anos, o Barreto Pires, fez um convite ao Bando do Café Progresso - os amigos e ex-camaradas sabem a quem me refiro - na pessoa do Presidente Jorge Teixeira (Jotex para os amigos ) para uma visita à sua terra por altura das Festas de S. Sebastião.



Dornelas fica nas terras de Barroso, freguesia do Concelho de Boticas em Trás-os Montes.
Convite aceite e a rapaziada meteu carros e camionetas ao caminho. Uma grande parte do percurso desde a minha-nossa Cidade do Porto - e há duas alternativas - é feita por auto estradas e depois por estradas nacionais de muito boa qualidade.


O nevoeiro e a neve são presenças nesta altura do ano. E se nuvens escuras são sinónimo de frio, não assustam viandantes experimentados, tenham ou não assumido temperaturas de 40 e mais graus nos velhos tempos.

Vamo-nos aproximando do destino, Barroso cá estamos nós, mas ainda há tempo para umas fotos paisagisticas


Chegados e bem dispostos, (já tínhamos feito o mata-bicho na casa nova do Pires) vamos então conhecer Dornelas e a história da Festa de São Sebastião. Na foto, o Cruzeiro.


O Povo local gosta que lhe chamem Couto de Dornelas, criado em 1127 pelo nobre Ay Ayres que raptou da corte de D. Afonso Henriques (o nosso primeiro) uma dama e com ela veio viver para estas terras que, segundo a história era despovoada. Construiu residência e capela.


Torre posterior e Igreja matriz onde se realizou a Missa em honra de S. Sebastião
Foram chegando forasteiros para a povoar e logo que se acoutassem à capela não poderiam ser presos nem punidos pela justiça do rei. Começaram a cultivar os terrenos para o senhor.



 Pelourinho. Ao fundo a serra do Barroso e a neve.
Vamos descobrir a Festa de S. Sebastião presa a duas lendas.
Uma antiga de há muito, muitos anos... houve na região um ano de muita fome e peste. O Povo pediu a S. Sebastião que os protegesse. Em troca prometeram realizar  uma Festa onde não faltasse carne e pão a quem a ela comparecesse.


A Torre vista de trás e o Povo esperando à porta da Igreja o final da missa




A mesa do Santo que se estende pela Rua principal
Os anos passaram e o povo foi ficando esquecido do seu Santo e da Festa, mesmo que tenham havido anos de doença e fome. Até que chegaram as invasões napoleónicas, mais concretamente a segunda de 1809 com a sua fama de pilhagens, violações e mortes.
O povo voltou a acolher-se sob a protecção do Santo: Se os invasores não entrarem no Couto faremos todos os anos no dia 20 de Janeiro uma festa em tua honra onde não faltará comida a toda a gente que a ela vier...


 A mesa entendendo-se ao longo da rua principal.
Continuando a história da lenda, caiu um nevão tão grande que não permitiu aos invasores franceses descer ao Couto.
Diz o meu amigo Barreto Pires que os invasores transitavam em direcção ao Porto pela estrada romana Chaves-Braga que passa pela serra do Barroso e aqui bem perto.


 A carne era e ainda é cozinhada nos potes de ferro, na casa do Santo à volta de uma grande lareira.


Porque não consegui melhores fotos, recorri ao meu amigo Fernando Súcio.


O Povo cozinhando para o Povo


A bênção da comida 


Saída para a procissão 


O Santo saindo da sua casa


Espigueiro onde se guardam ou guardavam os cereais. Existem alguns ainda. 


Aguardando a distribuição da comida, o Povo faz a festa. 


Vem gente de muitas localidades para a Festa. A tradição ainda é o que era.



Vão-se comendo os merendeiros trazidos de casa enquanto se aguarda pela comida benzida.

Festa é Festa e há muita animação mesmo com imenso frio. 


Velho moinho de água. Um casal sénior aproveita para merendar. 
Nestes moinhos moíam-se os cereais para fazer o pão.


Uma parte do percurso onde a mesa está instalada. Digo eu que não medi que tem 500 metros. Há quem diga que são 1000 metros. Percorrêmo-la toda mas nem dei fé da sua extensão.
Não assistimos à distribuição da comida, iría demorar muito. Seguimos para a casa velha do Barreto Pires no lugar de Gestosa, que pertence à freguesia e onde fomos presenteados com uma bela refeição.



Começando por aperitivar com verdadeiros Rojões como são servidos na região, rojidos na sua banha,  juntamente com o pão tradicional.

Contou o meu amigo Barreto Pires que no tempo dele, da tradição fazia parte o doar das carnes, que eram de Porco como ainda hoje é. Quem oferecia o Peito, o Cachaço, a Barriga, enfim, cada parte do bicho, essa parte é a que vinha para a sua mesa onde partilhava com os seus convidados e amigos no dia da Festa.


Fazendo jus à tradição da Festa fomos presenteados com o melhor e mais completo cozido trasmontano que já apreciei.


Carnes e enchidos da região, criados e fabricados em "casa". Incluiu carne de boi barrosã e frango da "casa" .


Legumes da terra, mais o feijão vermelho, arroz e hortaliças. O vinho não era o dos mortos, porque essa tradição acabou.


No final do repasto, as senhoras que trabalharam - a esposa e a cunhada do Pires, ofereceram o pão que havíamos de trazer para a viagem. 


A partilha do pão pelo Barreto Pires e pela esposa D. Maria da Luz.

Assim é a tradição das gentes transmontanas, gente que muito considero desde há anos. Já não me admiro pela seu lhano e gentileza pois habituaram-me a elas.
Um abraço fraterno ao meu amigo que para além do mais me fez conhecer mais um pouco desta região e das suas tradições.

Acabou... quem gostou, gostou, quem não gostou... gostasse!...
j.teix

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

P.121 - O Bando foi à Tabanca do Centro

Uma Proposta do bandalho Súcio durante a última Tabanca dos Melros, aceite por unanimidade, obrigou ontem o Bando a madrugar para atravessar a Ponte e as várias Fronteiras que por estradas desconhecidas nos levariam ao Centro de Monte Real. Desarmados.
Na cercania do Hospital de S. João, mais concretamente junto a uma das desactivadas estações terminais dos Transportes Colectivos do Porto, - aqui não se inclui a da Quinta do Ambrósio, em Gondomar, porque, embora tenha valido milhões (ganhos) a alguma, pouca, gente e muitos custos aos contribuintes (pobre Povo) até dar com um pau, mas isso não interessa para nada ao grupo guerrilheiro chamado Governo e a outros chamados Tribunais e ainda muito menos à Administração dos STCP, foi o terreno desactivado de minas e fornilhos, mas continua inútil.- ficamos a aguardar o Fernando Súcio, que segundo as últimas informações já tinha atravessado o Marão.
Enquanto esperávamos, passavam ambulâncias a caminho do Hospital, roncando as suas sirenes na estreita estrada chamada da Circunvalação interior. Carros a desviarem-se para cima dos rails outros para cima de nós, deixando um corredor de passagem.
Diz o Peixoto e muito bem, se há uma faixa central enorme a dividir as duas vias - As interiores e exteriores da Circunvalação, porque não criar por aí o caminho das ambulâncias ?
Fica o apelo à Câmara (ou Câmaras ?), às nóveis Freguesias, às Estradas de Portugal. Quem for o dono do espaço que se amanhe. Não durmam sem serviço.  
E o Súcio chegou mais o seu belo carrinho e aí metemos as rodas ao caminho.
Embora rezando, atravessamos a Ponte do Freixo. Não com medo dela cair, mas como íamos para a terra de lagartos e lampiões toda a ajuda é boa.
O grande artista de interiores (claro, o querido Presidente) fazia as suas grandes reportagens.Reparem, queridos camaradas, amigas e amigos, simples leitores, no espelho retrovisor.
Em Pombal, após o cafézinho de um euro e tal - o tal é porque não me lembro se foi 10 ou 20 cêntimos. Como gamam estes concessionários monopolistas - merece uma foto para recordação.  
Depois de volteadas as 36 rotundas entre a saída da A1 e até encontrarmos Monte Real, incluindo as dos caminhos secundários - meu Deus, como se rouba neste País em obras público-camarárias - qualquer coisa como uns 30 Km. chegamos ao ponto de encontro. O velho Café Central, como nas histórias de antigamente.
Lá estavam velhos camaradas, uns já conhecidos, como o Sardinha, o Vasco da Gama, - recauchutado de fresco, limpinho - a Gisela, o Miguel aviador (o da aventura do Neca Quelhas).
Outros que nos conheciam só de nome, e que nome segundo exclamavam em voz sussurrada, não acontecesse o Bando começar a distribuir uns Dragões a torto e a direito.
A barriguinha de segurar violas e cavaquinhos do David, sempre em grande forma; O Lobo huuuuuuuu distribui convites e lá estaremos.  
Ora pois, já tinha chegado o Zé Ferreira, todo desarmado para ninguém pensar que eram reforços bandalhos.
Estes Centristas não têm horas. Como estão ao pé da porta, julgam que quem faz 300 e 200 km ou mais, não precisa de comer. Mas enfim, lá se mexeram calçada abaixo.
Afinal, a lateirice acaba por acontecer. Igual em todos os lados. Eram quási duas horas. Íamos morrendo. Dasse...
Um cozido farto deveria acabar com as barrigas mais encolhidas. Nas travessas, saborosas couves brancas, batatas, nabos e cenouras cozidas com as carnes. Chouriços, morcelas de arroz, farinheiras, enfim, juntos e juntas com orelheira, toucinho gordo, mafioso para o colesterol mas uma delícia na boca. E mais uns chispes e pezinhos do bicho Tó, ou não estivessemos na terra dele; Mas a carne de vaca (ou de boi que para o caso tanto faz ) era racionada, distribuída à priori. Cada naco era mais uma refeição, a gordura daria uma geleia gloriosa, melhorando o paladar desse bicho ou bicha nobre que não deve ter passado mal em manjedoura especial.
Excelente será pouco, mas por agora serve.
Depois há sempre as velhas conversetas. Uns lagartos quiseram meter umas bocas mas foram condicionados. Um lampião da extrema direita baixa, mostrou a radiografia sobre o que lhe fizeram, algures, em qualquer centro Dragoniano. Coisa miserável.
Términus e uma foto de um bandalho anónimo.
Lopes e Lopes deseja-nos boa viagem. Obrigado camarada. E se encontrares caminhos para Norte, já sabes, estamos cá.
Também como nos contos antigos, talvez do Eça e das suas comidas caseiras, a Pensão Montanha merece visitas. Amabilidade; bom e completo e farto cozido; pomada razoável, saborosas sobremesas. O café e o bagaço não são lá grande coisa, mas o Súcio foi prevenido e matamos o bicho a muita gente boa... Camarada é isso mesmo.
Uma foto perdida, mostra o secretário técnico Bandalho - eu, je, mois, - a distribuir a tal pomada que o Súcio generosamente transportou estilo candonga, enquanto o Presidente Mexia Centrista botava faladura. Parece que os Presidentes, eles os hão em todo o lado e até na República, se esquecem que ninguém lhes liga nada enquanto houver uma branquinha transmontana a rolar.
Foto de autor desconhecido, mas segundo a espionagem norte-americana, parece que é Moreno o seu nome; Não pagamos direitos de autor fica desde já a saber.
O Bando queria meter rodas a caminho; o Lobo e o David não entraram nas tangas e puseram-se ao fresco; o Zé Ferreira foi na frente para picar a estrada e acabar um serviço que ficou em meio. Pensamos nós de que...
Desorganizados, o Bando não atinava se se seguiam as enguias de Aveiro ou o Leitão da Mealhada. O Presidente, não ata (ou será acta ?) nem desata (ou será desacta...) O Peixoto e o Quintino é só guiões para filmes fora de época. O Súcio só diz que não tem pressa.
Até que, saltou um click e zás, Cantanhede, é para os Leitões. Nem que sejam chineses. Há os que acreditam e os que não acreditam. Eu sou do sim.
Como tudo que não é organizado, lá fomos conhecer uma linda terra, passando-lhe pelo meio. Outros meios seriam tão bons, mas é tarde. Não dá para parar e vamos em frente. O Zé espera-nos. Mais de 40 km sem proveito, até que é aqui. Já tá...  
Bem enquadrado, o Bando posa para a posteridade. Olhai, como estamos alegres.
O Zé pediu um champanhe tinto, que diga-se de passagem, não faz febre à loirinha. Um pãozito e azeitonas sem deixarem grande marca degustativa.
Veio o bicho, um kilo disse a simpática hospedeira. Desenxabido, a acompanhar um molho super picante, detestável. Talvez para esconder o paladar do dito bicho. Se não era chinês não andava longe. Mas porque será que sou bruxo ? E o Bando até gosta de coisas picantes. As batatas fritas às rodelas gordurentas e de paladar pouco agradável. Para esquecer.
Parece que a alegria do Bando não era muita. Salvou a da simpática hospedeira. Mas paciência.
Ainda por cima o camarada Súcio teve um desarranjo na máquina. Mas parece que foi resolvido. Estamos à espera da confirmação.
Sabe quem nos conhece e quem nos lê, que o Bando não regateia elogios quando gosta de comidas. Sejam simples petiscos, sejam de faca e garfo.
E faz sempre a sua publicidade às casas e aos empregados e aos patrões quando merecem.
Neste caso do Leitão, deste leitão, não é o caso.
Mas não estragou o nosso dia.