sábado, 12 de julho de 2014

P.143 - O Maquis de Crestuma Parte 2.

O Maquis de Crestuma tinha sido vistoriado em apenas uma pequena parte em 10.6.2014. Portanto éramos desconhecedores da quási totalidade do seu território, que se estende por cerca de 5 Km2.
Os maquisardes fizeram questão de nos levar em visita a uma parte do seu condado, como diz e bem o nosso Presidente Bandalho J. Teix./45 ou Jotex, nome de código inventado pelo Ferreira Catió.
Agradou-nos a parte inicial, com um belo relvado e uma laranjeiras de apoio. No entanto, pairava no ar um perfume a não sei quê.
Iniciamos uma pequena descida e começamos a desconfiar do que nos ofereciam. Depois de loirinhas, champanhe português e do bom, verde branco, branco sem verde e tinto, bagaço 4 estrelas, tudo do melhor, sai Água da Bolanha ? A diferença é que estava ligeiramente fresca.
Para não deixar mal o dono da fonte, lá tomamos o nosso 1/6 de copo e siga.
Estes babacas (como dizem os nossos irmãos brasucas) dos maquisardes tomavam aquela coisa como quem toma água. O Romualdo até se babava....O Sancia feliz por ver a malta olhar de soslaio para a branquinha.
Mas já o Zé, todo gozão, dizia, é por aqui. Mas era dali que vinha o tal cheiro do PCAn2.
Vê-se logo que não sabe a orientação maquisarde. O é por aqui era 100 metros mais a norte.
Independentemente do volume corporal e líquido acomolado, eu, moi meme, Secretário General lá saltei a coisa.
Se é isto a Rota Maquisarde dos Moinhos, vou ali e venho já.
Defensivamente, diremos que a coisa é capaz de funcionar. No apoio, o Peixoto, na descida o Mano Velho Carvalho.
O querido Presidente, definiu e muito bem, que deveria ser o último a dar o exemplo. Com o seu megafone comandava as tropas das traseiras, na perfeição.
A maior parte começou a dar o piro sem olhar para trás, não fosse cair alguma coisa. E o Presidente a comandar lá de cima da barricada: "uni-vos, povo".
Entramos na exploração verdadeiramente dita. Só água...
E lá fomos, cantando e rindo, como as imagens seguintes expressam melhor que palavras

Começamos a travessia dos grandes rios que correm por esta parte do Maquis.
Primeira linha defensiva, uma linha de água com água. A ponte é de dois sentidos com apoio superior removível e segundo a inscrição é de origem Celta.
Mas o tarrafo esteve difícil de atravessar. Foi preciso arejar os butes.
Reiniciamos a caminhada. Já lá ia uma hora da dita
Para o Adelino, isto é canja. Para o Vasquinho das Águas era uma recordação do seu tempo de escuteiro.
Pontos de apoio e segurança.
Definir caminhos manda o Sancia. Só não entedi porque é que os verdinhos do passatempo futebolístico trazem o equipamento debaixo do braço ou vestido. Vão levá-los para a lavadeira e voltar a usar ?
Passangas, diz o secretário general. Tragam-me uma loirinha, depressa. Ou um héli.
Já eram 6 da tarde e o pessoal metido numa alhada que ainda nem sequer ía a meio.
Pose do Peixoto a pensar no Tarzan. A boa vida em Guileje nunca a esqueceu.
Mais uma travessia, esta é de duas para cada lado e mais uma de apoio. Vê-se pela largura que é da época romana. E o querido Presidente (e que o seja por muitos anos e que nós os contemos, amen) a regozijar: Vejam lá se esqueci como se faz uma travessia.
Mas continuou-se à descoberta.
Não adianta chorar mas seguir em frente. Mesmo já com as pernas a sangrar, os pés a cheirar a sovaquinho e vice-versa.
 O mato crescia a cada passada. 
Engolia o pessoal. As imagens parecem de um filme do Spielberg.
O barulho das Cascatas aterrorizava
O ombros descaem com o cansaço. 7 da tarde, não há loirinhas nem umas simples sandes de presunto.
Um casarão abandonado, que já foi moinho, é proposto para descanso. O inimigo espreita-nos em casa picadela de urtigas ou de silvas. Para o caso tanto faz. Mas os maquisardes crestumenses - ou serão crastuimanses ?- não querem parar. Temem alguma emboscada (dos visigoleverenses,? penso eu de que...)
Água minada, pensa o Paulo, repescado para mateiro. Cuidado, não mergulhem nem o dedo mindinho do pé esquerdo.
Novo abrigo e o Romualdo sente-se à vontade porque tem quarto de banho privativo.
Os maquisardes sempre foram uns baldunchos. Mangem só como estes seguidores organizaram uma zona de descanso. Só por hipótese, só e apenas, se um hitleriano que andasse ainda por aqui e mandasse uma morteirada para o centro da esplanada, lá ia o nosso único mentor-sargentão-Presidente. E não só, fim de citação.
Mas no mato também se encontram portagens. E portões fechados a 7 chaves 7.
 Mas a retaguarda armadilhou tudo só para que saibam como é a vida.
Nem os maquisardes Crestumenses sabiam da existência de uma caverna.
Ficou registada na ata - ou será acta ? - da memória para futura exploração. Quási 8 da tarde e sem abastecimentos. Nem uma ração de combate, nem uma loirinha....
Água, só água e mato, muito mato
 Um lobo de alface feroz saiu-nos ao caminho. Prontamente domesticado pelo Cibrão
Tão domesticado ficou que logo reconheceu o Presidente a quem fez uma vénia.
Rapidamente quisemos fazer dele um mascote. Eu, je, secretário general do Bando, detectei a tempo que era uma Loba, tadinha. E de Lobas estamos nós fartos. Após caminhar uns 500 metros, desapareceu. Viu logo que destes gajos não levava nada, mas ainda soltou um uuuwwww.
Hora de sair do mato e de entrar na civilização que alimenta o Maquis. Milho. É certo que vimos alguma da civilização espalhada ao longo das picadas, pelas amostras de garrafas de plástico atiradas para os ribeiros. Os maquisardes não estão atentos a esses pequenos pormenores civilizacionais.
Uma esperança mais. Falta pouquinho para as loirinhas. Pensamos nós de que...
Mas há mais água. Já não a podemos ver.
água, só água...
O Silva corre. Não quero mais água...
Água, poluição e hortências. Um parque (?) vedado, uma ponte encerrada por um dos tais portais enormes fechado com as tais 7 chaves 7.
O Zé Ferreira, 4 kilómetros e meio depois, publicita água. Fresquinha, está ali. Já não há luz. As fotos precisam de photoshop.
O Rio Uíma leva água...
E acaba às 9 horas da noite no Rio Douro. Depois de uma mini-loirinha no Café do Emergente, Emigrante, Esperança ou lá como se chama, cujos donos estavam a comer umas tripinhas tão lindas que por pouco não desfaleci do meu posto de secretário-general para entrar na comilança.
Mas como tantos morcões necessitavam do apoio cá do je, por mor deles abdiquei do tema.
Para a história, recordemos os heróis de 4 horas e 32 minutos de caminhada pela selva: Presidente Teixeira, Zé Ferreira Catió, compadre Romualdo, cunhado Sancia, Vasquinho das Águas, moi meme Portojo, Peixoto, Quintino, Mano Velho Carvalho, Cibrão Guimarães, Adelino, Fernando Súcio, Quim Silva, o reserva Paulo, grande aguadeiro. Não esquecer o Cancela e o Bioxene pela colaboração inicial.
Houve um desaparecido em combate, mas dos fracos não reza a história do Maquis.
Um grande abraço, com mais ou menos rancores, aos Crastuimenses.

4 comentários:

  1. No fim deste post diz: "Sem comentários"!...
    Não sei lá porquê, mas dá-me a ideia que este post passou despercebido aos seguidores do blogue. No entanto, é talvez a melhor publicação, porque narra com precisão a narrativa desta odisseia, mostrando o sacrifício e a abnegação a que o Bando foi sujeito.
    Fica para os anais da "História de Crestuma":
    "O Bando à descoberta de loirinhas no mato crestumense, só descobriu água tipo bolanha".
    Um abraço a todos os heróis de 4 horas e 32 minutos. (não foram contabilizados os segundos e foi pena. Para penar, tudo conta).
    cumprim/jteix

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    1. Agora já diz:
      1 comentário: (mas depois dirá 2, 3...)
      jt

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  2. Agora com 3. E já forma uma secção sem os desenfiados. Ninguém liga um caralho a isto. Ainda não sei porque perdemos tempo.

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