sábado, 6 de novembro de 2010

P.53 - O Bando foi à descoberta dos Túneis

O Bando andava ansioso por bater as asinhas e voar ao encontro de mais aventuras. Nada como uma imposição democrática à moda antiga e aí vai ele por ruas de Marechais, Condes e Duques a caminho da operação À Descoberta dos Túneis. Tudo começa no ninho do Cifrão e a primeira paragem é programada para o Colégio dos Órfãos. Progredindo passo a passo, apreciam-se edifícios que marcaram uma época nos inícios do séc. XX.
Discute-se se o telhado foi alterado ao longo dos anos ou se as "trapeiras" são da origem. Quem não conhecer este Bando que o compre.
Paragem obrigatória junto ao Colégio dos Órfãos. Edifício antigo, recuperado nos princípios do séc. XX do velho Seminário da Quinta da Mitra ou do Prado, destruído aquando das Lutas Liberais e do Cerco do Porto para acolher esta instituição, que vem já do séc. XVII. A sua origem está ligada ao que é hoje o edifício da Reitoria da Universidade do Porto. Passou para um outro edifício em Mártires da Liberdade, após o que se fixou definitivamente neste belo e grandioso imóvel. Pelo seu passado ainda lhe chamamos o Seminário. E o Bando recorda tempos em que neste monte (o do Seminário) havia um terrepleno, onde os "mangas" davam uns chutos no campo de futebol improvisado.
De descoberta em descoberta, ficamos a saber que há 200 anos foi por aqui que entrou o exército Anglo-Português para acabar com os restos das tropas de Napoleão. O Bando adora estas coisas da História.

O Bando - pena não estar completo - ficou para a posteridade gravado entre os altos muros daquele morro e com a Capela do Colégio em fundo.Olhamos com tristeza a velha Ponte D. Maria. Como poderia ser aproveitada pelo menos para o turismo. Este monte está sujo, porcaria por todos os lados. Pena que os olhos camarários não se voltem para ele. Pensa o Bando de que...
Lembrando os túneis e as pontes por cima da linha. Quando passavam os velhos comboios a carvão saía aquela baforada de fumo e ar quente que era um desassossego. E umas faúlhas também.
O Quintino pergunta-me porque gosto de fotografar gatos. Mas se eles se lhe atravessam no caminho... Neste caso foi junto aos lavadouros, com mais de 30 pias de lavar. Muitas delas destruídas.
E os comboios sempre a passar. Quanto tempo por ali ficamos a relembrar a festa que fazíamos na nossa meninisse, quando lá vinha um...
Mas há mais túneis a descobrir. Aliás era o tema da operação para quem já não se lembra. E ali estava meio encoberto um dos da linha da Alfândega. Grande Soares, grande guia desta zona, que palmo a palmo nos "picava" o caminho.
O caminho faz-se caminhando (esta frase é usurpada não sei de quem. Mas como tudo agora são cópias de cópias de cópias, não tem mal nenhum) e aqui estamos nós já em descanso no Largo das Fontainhas, depois de forte dissecação sobre Grafitis e Fontes, Droga e Rendimentos Mínimos, se a Água que cai do morro é pura ou de esgotos, se os carris da Linha da Alfândega já estão na sucata do Face Oculta, enfim, preocupações e dúvidas do Bando.
Mais um túnel redescoberto, este o das Fontainhas, em destaque as altas grades para evitar problemas. Curiosamente, estão branquinhas. Nem tudo é feio nesta zona, descobre o Bando.
Como se vê, os momentos de pausa e que foram muitos serviram para reflectir. E as Pontes D. Maria e S. João, mesmo que não queiram, fazem parte do ambiente.
Tantas ruínas ao longo do morro. Mas o Soares sabe que ali junto à Corticeira, aquela é a da Capela de Santo António e que deu o nome ao Bairro. Que está muito bonito, sem dúvida.
Para descobrirmos mais túneis, era preciso mexer as asinhas até à Ponte do Infante. Nada de voar alto, só uns 50 metros. Mas a luz de Outono desta cidade ímpar deixou a marca no Moreira, no Quintino e no Teixeira. E o Seminário, melhor, o Colégio dos Orfãos bem destacado.
Um olhar sobre algum casario do Passeio das Fontainhas já a pensarmos no S. João.
Mais um olhar, agora sobre a Corticeira, que diz a placa toponímica ser das Carqueijeiras, lembrando quando a descíamos para depois atravessar de caíco o Douro e no Aurélio ou no Borras darmos as nossas braçadas. Ao fim da tarde víamos passar a Badalhoca e ao seu lado as Toninhas brincando. Um prémio a quem acertar no que isto quer dizer.
A tarde foi longa e era preciso meter carburante. Nos Poveiros foi marcada a zona de reabastecimento, mas ainda era preciso subir a Rua das Fontainhas. Que custou e de que maneira. O que não impediu um olhar para a Funerária Nortenha. E das duas uma: Ou o pessoal vai de bicicleta em vez de carreta para o Prado ou o ramo de actividade agora é outro. Ou será que o reclame na janela mantém-se como uma saudade ?
Até quarta-feira, Bandalhos, para a Assembleia Geral Mensal Ordinária, no Progresso.

12 comentários:

  1. Vêm-se perspectivas novas, de coisas que não existiam, e vêm-se coisas que não mudam... nunca (limpeza).
    A Ponte do Infante (que ainda não havia "visto" neste ângulo)e os Comboios "sem fumo", acabam por merecer o meu reparo para a minha memória.

    Contudo, a achega mais importante, é o que se queira chamar á "inércia" acerca do aproveitamento da Ponte D. Maria.
    Se é para cair aos bocados (como vai sucedendo aos cravos e parafusos que vão mergulhando no Douro) ou se é para deixar cair, porque não o desmonte da mesma?
    Pelo menos ainda rendia um pouco mais na sucata e prevenia, a prazo, uma catástrofe.

    Num País que se diz destino Turístico e não aproveita aquilo que tem de bom e belo, é lamentável tal abandono.

    Abraços ao Bando

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  2. Bom trabalho e uma óptima disposição. Assim vale a pena passar horas a "ver" blogs.
    As "toninhas" são os golfinhos que quando eu era miúdo via passar, rio acima, do alto do Passeio das Virtudes, em frente à Alfândega.

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  3. Caro Companheiro, fizeste-me relembrar tempos idos que mantenho vivos na minha memória. A Corticeira que diáriamente subia e descia pela manhã, antes de ir para o Alexandre Herculano, quando ia treinar para a Praia do Aurélio depois de apanhar o primeiro 20 que passava no Marquês, pelas seis e dez da manhã. Que paciência e amor ao FCP tinha o meu velho e saudoso pai, que tanto gosto tinha que eu fosse nadador do clube e se sacrificava diáriamente para me acompanhar.
    Obrigado, Jorge, por me teres ajudado a reviver momentos da minha infância.
    Fernando Durana Pinto

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  4. Como é bom ler a "velha-guarda" sentir saudades.
    Rapaziada, tudo isto existe, tudo isto é Porto. É só levantar as asinhas e voar. E vão ver quanto recordamos do nosso tempo de meninos.
    Pois as Toninhas eram os Golfinhos que subiam e desciam o Douro, sim senhor Libânia. E a Badalhoca era um barco que transportava trabalhadores, mas não me lembro de onde e para onde. Por volta das 5,30 h lá subia ela o Douro com aquela bonita companhia.
    Caro Durana. Também fiz a minha instrução nadadória no Aurélio. Era meu professor um nadador que representava o Salgueiros. E também da zona do Marquês lá vinha eu, mas a pé até lá ao cais da Corticeira. Mas foi no período de férias e como prenda por ter passado o 1ºo ano. Para casa não. Já era no 20 a partir de S, Lázaro. Mas até lá...Sempre a subir, mas com os nossos 10 anos era pura uma brincadeira.
    Caro S.O. Então já oleaste convenientemente os pedantes ? Quero ver quando apareces de novo. Aqui ou noutro ninho qualquer.
    Um abraço

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  5. Parabéns Jorge e ao teu "Bando".
    É mais admiração q inveja que sinto por vocês. Não parem. ... um dia vou pedir que me aceitem como companhia.
    Abraço
    JFelix

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  6. Ainda estou a "descansar" das emoções vividas, por isso, só agora aqui cheguei, para comentar.
    Foi uma boa tarde e a tarde até estava boa.
    Esta foi uma visita guiada pelo tripeiro mais portuense e também mais portista que conheço, digna de figurar no seu já famoso blogue "A Vida em Fotos" http://portojofotos.blogspot.com/ mas quis ele que assim não fosse e ainda bem para nós.
    Esperemos a próxima seja a do eléctrico, que já estou com saudades de andar nesses ronceiros (qual miúdo) e para não cansar.
    Mas vale sempre a pena, mesmo que a alma seja pequena, ou não?...seja.

    Agora uma piada, ou charada?
    Antigamente ainda haviam "Almeidas" não é piada aos Almeidas não senhor, até porque os há bons (bons, no bom sentido, seus pervertidos) vejam o exemplo do "bom" do Bioxene, o Almeida, "bem bom", mas dizia eu, que haviam "Almeidas" que de vez em quando faziam os seus comentáriozitos, agora é só: "um dia com tudo de bom" para ti também, ó chapa batida e vai tudo a eito!!!
    Também dou um prémio a quem adivinhar a charada.

    Um abraço
    cumprim/jteix

    PS(?): Um abraço muito especial ao Santos Oliveira e podes ficar descansado que a ponte tão cedo não será vendida, o sucateiro está preso e é a nossa sorte, senão o Rui Rio...
    ...e para o Jorge Félix: mas as portas estão sempre abertas e não são necessárias aceitações nem inscrições!
    jt

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  7. Agora chegou a hora do chapa batida.
    E nao te adianta nada mandar bocas (foleiras ou boas) que também vais levar com ela e até já não falta muito.
    Quanto ao passeio-convívio correu (nao!foi todo a passo e nem muito exagerado)belamente ao ponto de quase nos transportarmos para os nossos 10, 12 aninhos e nem sentimos o cansaço.
    Tal e qual como antigamente.
    Quanto ao J. Félix é só aparecer já esta quarta-feira a partir das 15 h no café Progresso e a malta vai-se juntando até às 19 h.
    Ao Santos Oliveira já não me sinto tão à vontade para lhe mandar a mesma receita, devido aos princípios que ele enunciou há pouco tempo atrás, mas mesmo assim corro o risco. Aparece também.
    Um grande abraço para todos,

    Adriano Moreira

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  8. Olá Jorge
    Obrigado por me teres levado a dar uma volta com o bando,virtualmente claro,mas gostei.
    Um abraço
    Cancela

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  9. Pronto's, já cheguei atrasado.
    Ó Cancela, chega um bocadinho para o lado que já entras, esta destina-se ao Moreira.
    Então não é que o homem acordou e ganhou o prémio?
    Já não era sem tempo ó amigo, tem andado arredado ou quê?
    Mais respeitinho, sim, e veja se mete as unhas no teclado.
    Quarta-feira a gente conversa.

    Um abraço e beijinhos ao espicaçado admor
    cumprim/jteix

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  10. Meus Caros

    de Bando á banda, cá vou fazendo o que, e como, posso.
    Limitações a mais para uma vontade forçada e diferente. Mas que dizer mais?

    Ficar feliz por V. "ver" fazer o que gostaria de poder partilhar? Pois fico! É cómodo, mas não deixa de ser uma partilha com o Bando.

    Todos podem "recomendar" o que sinceramente desejam, desde que com o senso do entendimento das razões. Acabo por me sentir mimado pela V. juventude e frescura.

    Para já, se não acontecerem mais percalços,(lagarto, lagarto!!) ver-nos-emos, no sábado, na Tabanca dos Melros.
    É algo que me sinto obrigado pela falta "forçada" do mês passado.

    Ao Bando "macaco", o renovar do meu abraço

    Santos Oliveira

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  11. Olá meus amigos, espero que não fiquem chateados, mas esqueceram-se do Bloco Mais bonito da Cidade do Porto (Bloco Duque de Saldanha).
    Espero que publiquem o que há de melhor.

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