P.30 - Á Procura de... (3)

Brochura de Fim de Curso - 2º Turno 1967

Lista do CSM - Instruendos

Lista do COM - Cadetes

Tem este blogue por objectivo, entre outros e como já se disse (P.11)
e (P.29) encontrar ex-camaradas que tenham algo em comum.
O máximo factor comum é a GUINÉ, o mínimo a TROPA.

Continuação dos referidos Post's:
Pessoal do 2º T/67, Junho a Setembro, que esteve em Vendas Novas
na EPA, estamos a tentar organizar... nada.

Só queremos saber o que é feito de vós, por onde andais e o que vos
aconteceu.

Vede se constais das listas na brochura que vos foi oferecida no final
do curso e dizei alguma coisa, carago...
Alguns de vós estiveram na recruta nas Caldas no RI5 e Mafra na EPI,
depois da especialidade foram colocados no GACA 3 em Espinho, já
como Aspirantes e Cabos Milicianos.
Se não tens nada a ver com estas listas manifesta-te também porra...
a gente quer saber de todos.
Tais a ficar caquécticos ou quê?
Arribai antes que seja tarde, basta dizer olá... estou aqui.

Se alguém está nestas listas (ou não) e quer dar um ar da sua graça,
é só APARECER no
CAFÉ PROGRESSO na SEGUNDA QUARTA-FEIRA DE CADA MÊS.

APAREÇAM seus mancebos d'um raio
Esperamos por vós.

continua...

P.29 - Á Procura de... (2)

Tem este blogue por objectivo, entre outros e como já se disse (P.11),
encontrar ex-camaradas que tenham algo em comum.
O máximo factor comum é a GUINÉ, o mínimo a TROPA.

Continuação do referido Post 11:
Estávamos nas vésperas do S. João, Junho de 1967, e quem é

do Porto sabe o que isso significa, espera-se uma noite de folia

bem passada com alho porro e cidreira e muitas "catraias"

á nossa espera.
Pois a nossa sorte foi andar em bolandas das Caldas para Vendas

Novas. A recruta acabou, vinha aí a especialidade, que se lixe a noite,

até íamos para ARTILHARIA!!! Nada de atirador de infantaria, santa

ignorância, esperava-nos a famosa G3, a "penates de botas" a ARTILHAR.

Chegamos de comboio a Sta Apolónia.
A única coisa boa dessa triste noite de que me lembro, foi no trajecto

até ao barco que nos levava ao Barreiro, a luxúriosa visão dum

casalinho todo enroscado no escurinho. A moça com um vestido

branco justo e curtinho, era perfeita, bem torneada.
Os nossos olhos fulminaram-na porque se via a sombra das calcinhas e o soutien, só!...
Não se esqueçam que estávamos em Portugal e em 1967.
O Alferes como era habitual nestas circunstâncias:
- Atenção: olhaaar esquerda!!! claro que era o lado errado.

Novamente de comboio chegamos já noite alta á EPA em Vendas

Novas. No dia seguinte, já tudo era diferente das Caldas, até os

toques, o trato, o rigor e a disciplina, tudo, até parecia outra tropa.
Em Setembro a especialidade com mais ou menos sobressaltos, mas

muito rigorosa, disciplinada e penosa, até no clima, estávamos em

pleno verão alentejano, acabou.
Gozamos uns dias de férias e em 25 do mesmo mês apresentamo-nos

em Espinho no GACA 3 já uns senhores, éramos Cabos Milicianos.

Esta foto é o meu pelotão na EPA comandado pelo Aspirante Miranda, coadjuvado pelo Cabo Miliciano Diogo, no fim de curso. Nos Instruendos reconheço: Figueiredo, Antunes, Faria, Alentejano (?), Fiuza, Janeca (?), Vale, Fernando Almeida, Abrantes, Carvalheira, António Almeida, Vilar (Goa? falecido), Torres e Peixoto. Os outros não me recordo dos nomes mas, lembro-me perfeitamente deles.
Eu, logicamente também lá estou metido, á direita do Aspirante.

Se alguém está no meio desta "cambada", (ou não) e quer dar um ar da sua graça, é só APARECER no
CAFÉ PROGRESSO na SEGUNDA QUARTA-FEIRA DE CADA MÊS.

APAREÇAM seus mancebos (agora promovidos) d'um raio.
Esperamos por vós.

continua...

P.28 - Assembleia Geral do Bando

A coisa começou mal. A hora da Assembleia aproximava-se. O David, "ganda" camarada, sempre disponível para dar uma boleia após a reunião semanal da Tabanca, enfiou-se por Matosinhos dentro, quando reparou que não era aquele o caminho desejado. Demos voltas e mais voltas e sempre entravamos em ruas que terminavam num edifício. Pois, e nem sinalizadas estavam com aquele sinal de Sem Saída. Extraordinário. Conclusão. Regressar ao Milho Rei e apanhar a marginal junto ao mar.
Mesmo com chuva chata, dava para meter a Digital Olympus 5 mgpl made in China fora do carro e sacar umas imagens para futuro de qualquer coisa. Nunca se sabe. Claro que a marginal prolonga-se por ali fora, e passa a Barra e segue depois junto ao Douro. Na Arrábida, quási não acertava no luminoso, só para mostrar a alguns que o David não passa no vermelho.
Deixou-me o camarada ali em Cedofeita, onde fui apreçar uns bonés que estão a bom preço. Penso eu de que espero fazer um negócio de exportação lá para o Douro superior. Assunto em estudo.
Continuava a chuva chata e mais um boneco em zoom quási a chegar a Carlos Alberto. Com a Velha Senhora a sobressair da neblina. Já pareço o Tê e o Veloso. "Cum" jeitinho "inda" me contratam...

Entrado em Carlos Alberto dei com umas árvores cheias de flores, branquinhas, mas gloriosas como o das Antas. Ainda há árvores assim, que "põem" flores antes do tempo, mas só no Pooortooo. As amendoeiras no Douro não contam para esta estória.
E dois passos à fente, passando pelo velho Palácio cedido temporàriamente ao rei da Sardenha D. Carlos Alberto, lá nos idos anos de oitocentos e antes do seu alojamento na Quinta da Macieirinha, e também pela estátua-homenagem do povo ao General Humberto Delgado, logo avistamos o centenário ...

Café ProgressoSede desta fanática associação.

Tanta deambulação conversatória (pareço o nosso Presidente a "falar"), que ia esquecendo o principal: a Assembleia Geral Mensal. E como tal, (este Português escrito até que é lindo, tudo rimando no geral, como fariam poetas, fossem eles Camões, Pessoa ou Manuel Reis) ia eu escrevendo, tivemos a presença habitual, embora de passagem, do Domingos da Cart 2412 e do Vasquinho das Águas, que por vezes também aparece na zona. Final(mente) ficaram registados para a posteridade e para que conste, se lavrou a presente acta onde se assinalaram as presenças dos ditos cujos atraz referidos e mais ainda do secretário geral Portojo dos canhões,e os representantes das carts 2410 até à 14: o presidente JTeix45, do vice Dias, do JPeixoto, do Quintino, do Bioxene e do enf. "Almeida", que ficamos a saber, saiu a picar não só bajudas mas "monteeessss" de estradas , que quási se encontrava dois anos depois com o Vasquinho. Registaram-se ainda, belas verborreias entre os dois, e em primeira mão, famosos encontros de "pénis" de mesa que ambos protagonizaram. E "mai" nada.

Encerrada a sessão há hora mais ou menos prevista, partiu-se a mesa e para o Turco na Filipa de Lencastre. Não adiantaram os argumentos de segurança, nem a prova da célebre comida, que o pessoal rejeitou como se fora um levantamento de rancho. Paciência, lá emborquei sozinho aquela xixa metida em dois pãezinhos tradicionais e de regresso por caminhos já picados, nem a uma cervejola tive direito para "amandar" pela goela abaixo tanta comida, degolotida enquanto subíamos de novo a Rua de Ceuta. Gerou-se a confusão habitual sobre qual o refeitório para o rancho e entre a Ribeira e a Churrasqueira das Antas, adoptou-se por esta última, onde costeletão que daria para uma companhia, foi arrasado sem dó nem piedade. Mas sobrou imenso. Cutou muito deixar ficar tanta carne.

Para a posteridade, nada se registou. O secretário geral esquecendo-se desses insignificantes pormenores que é de mostrar em foto os lateiros em forma, ninguém fica minimamente interessado em ver-se registado.

E pronto. Até sexta, se não chover. Ou até sábado, em Fanzeres, na Tabanca dos Melros. Digo eu.

P.27 - Aviso e convocatória

Avisa-se o pessoal Bandalho e de outros Bandos e Tabancas, que devem comparecer no Café Progresso, amanhã 10/2/2010, pois é dia de assembleia geral a partir das 16 h.

Quer queiram, quer não, a partir das 18 horas a sessão será encerrada e prometo picar o caminho até ao Turco, ali bem próximo, onde umas comidas misteriosas serão pretexto para enfiar umas cervejolas. Ou tinto, do nosso ou turco, e até uns verdes. O Casal Garcia é o mais barato. Carote diga-se de passagem. O resto até que é em boa conta.

Não faltem.

Camaradas sempre em luta

O secretário geral no Turco há dias em exploração

blablabla

(assinatura irreconhecível)

P.26 - Como é o Bando fora de serviço

Nem só de comesainas e tintol vive o Bando. Fora das horas do expediente, passeia, respira ar puro, desentorpece as pernas e areja a cabeça . Os camaradas Moreira e Eduardo dão bem o exemplo de como se convive fora dos ambientes onde cheira a grelhados e a cerveja.

Mas o Eduardo tem o cuidado de exemplificar ao Moreira como se faz a respiração depois de um exercício a penantes. É que o Moreira só sabe correr para cima e para baixo e embora também entendido em "pénis" de mesa, que nos descreve na perfeição (quando estamos para o aturar) como se devem bater umas bolas e fazer umas defesas, não entende nada de respiração. Embora reciclado para enfermeiro operacional, nos bons velhos tempos, coisa que, parece, jamais exerceu como deveria ter sido, nunca se preocupou com a respiração, incluindo a de boca a boca. Até aos dias de hoje pelo menos.

P.25 - Mensagem do Admor - Adriano Moreira

APRESENTA-SE O SOLDADO RECRUTA DO C.S.M. EM 12 DE SETEMBRO DE 1966 NA E.P.C. EM SANTARÉM ADRIANO MOREIRA.
QUEM É QUE LHE PERGUNTOU O NOME? VOCÊ AQUI É UM NÚMERO!
EM 3 DE JANEIRO DE 1967 FUI PARA LISBOA PARA O B.S.C.F. EM CAMPO DE OURIQUE COMO PENSIONISTA (DORMIR E COMER) PARA TIRAR O CURSO DE ENFERMAGEM NA E.S.S.M. ONDE ESTIVE ATÉ MAIO PARA FAZER TAMBÉM O PRÉ ESTÁGIO NO HOSPITAL MILITAR PRINCIPAL.
DEPOIS REGRESSEI AO VELHO BURGO DO PORTO INGRESSANDO NO H.M.R.1 ONDE ESTIVE ATÉ JUNHO DE 1968, ALTURA EM QUE FUI PARA O R.A.P. 2 INTEGRAR A C.A.R.T. 2412 COM DESTINO À GUINÉ.
EMBARQUEI EM 11 DE AGOSTO NO UÍGE E LÁ DESAGUEI NA FOZ DO GEBA COM AS TROIXAS ÀS COSTAS PARA UM BATELÃO QUE ME PÔS EM TERRA FIRME DE BISSAU.
APÓS TUDO ISTO E AS PRAXES MILITARES, SEGUIMOS PARA BRÁ ONDE FICAMOS INSTALADOS NO DEPÓSITO DE ADIDOS ATÉ 30 DE AGOSTO. NO DIA SEGUINTE FOMOS DE L.D.G. ATÉ GANTURÉ ONDE SAÍMOS E DIRIGIMO-NOS PARA BIGENE ONDE FICAMOS ATÉ 14 DE OUTUBRO A FAZER O TREINO OPERACIONAL, SOB O COMANDO DO C.O.P.3 DO MAJOR CORREIA DE CAMPOS E COM A CART. 1745. NO DIA 15 CHEGAMOS A BINTA PARA RENDER A CART. 1648, TENDO SEGUIDO QUASE DE IMEDIATO O 2º PEL. DA NOSSA COMPANHIA PARA GUIDAGE A FIM DE SUBSTITUÍR O PEL. DA 1648 QUE ESTAVA LÁ COLOCADO. NO DIA 17 SEGUIU O 1º PEL. MAIS O COMANDO DA COMPANHIA PARA GUIDAGE POR ESTE DESTACAMENTO TER SIDO CONSIDERADO MAIS IMPORTANTE DO QUE BINTA EM TERMOS OPERACIONAIS.ASSIM A PARTIR DESTA ALTURA UM PEQUENO DESTACAMENTO QUE VIVIA COM A POPULAÇÃO DENTRO DO ARAME FARPADO FICOU A REBENTAR PELAS COSTURAS COM 3 PELOTÕES DE BRANCOS E UM DE NATURAIS DA C.CAÇ.3 QUE NOS APOIU SEMPRE ENQUANTO LÁ ESTIVEMOS.
EM 9 DE MARÇO DE 1969 FOMOS OUTRA VEZ CACHEU ABAIXO EM DIRECÇÃO A GANTURÉ PARA TROCARMOS COM A C.CAÇ.3 DE BARRO E ONDE FICAMOS ATÉ FINAIS DE ABRIL DE 1970. REGRESSAMOS A BISSAU ONDE EMBARCAMOS NO CARVALHO ARAÚJO EM 5 DE MAIO , AINDA PASSAMOS PELA ILHA DE S. VICENTE EM CABO VERDE TENDO APORTADO EM LISBOA A 14 DO MESMO MÊS. JÁ NESSA ALTURA O BARCO FEZ O PERCURSO A CAMBAR PARA A ESQUERDA. NÃO SEI SE ERA DEFEITO OU PREMONIÇÃO.
UM GRANDE ABRAÇO PARA TODOS.

ADMOR - ADRIANO MOREIRA